Projecto promovido pela Associação Solar dos Kapängas. Integrado na programação da XII Semana Cultural da Universidade de Coimbra

terça-feira, 2 de março de 2010

Oficina de Teatro-Fórum


Teatro do Oprimido

Teatro do Oprimido (TO) é um método teatral que reúne exercícios, jogos e técnicas teatrais elaboradas pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal. Os seus principais objectivos são a democratização dos meios de produção teatrais, o acesso das camadas sociais menos favorecidas e a transformação da realidade através do diálogo e do teatro.

A sua origem remete para o Brasil das décadas de 60 e 70, mas o termo é citado textualmente pela primeira vez na obra Teatro do Oprimido e outras Poéticas Políticas. Este livro reúne um conjunto de artigos publicados por Boal entre 1962 e 1973, e pela primeira vez sistematiza o corpo de idéias desse teatrólogo.


Metodologia

O Teatro do Oprimido é um método estético que sistematiza Exercícios, Jogos e Técnicas Teatrais que objetivam a desmecanização física e intelectual de seus praticantes, e a democratização do teatro.

O TO parte do princípio de que a linguagem teatral é a linguagem humana que é usada por todas as pessoas no seu quotidiano. Sendo assim, todos podem desenvolvê-la e fazer teatro. Desta forma, o TO cria condições práticas para que o oprimido se aproprie dos meios de produzir teatro e assim amplie suas possibilidades de expressão. Além de estabelecer uma comunicação directa, activa e propositiva entre espectadores e actores.

Dentro do sistema proposto por Boal, o treino do actor segue uma série de proposições que podem ser aplicadas em conjunto ou mesmo separadamente.

Cumpre ressaltar que todas as técnicas pressupõem a criação de grupos, onde o Teatro do Oprimido terá sua aplicação.


Teatro-Fórum

É a principal técnica do Teatro do Oprimido. Um espectáculo baseado em factos reais, no qual personagens oprimidos e opressores entram em conflito, de forma clara e objectiva, na defesa de seus desejos e interesses. Neste confronto, o oprimido fracassa e o público é convidado a entrar em cena, substituir o Protagonista (o oprimido) e encontrar alternativas para o problema encenado.

O Teatro-Fórum busca romper os rituais tradicionais do teatro que reduzem o público ao imobilismo e à passividade. A idéia é o estabelecimento de um diálogo entre palco e plateia, onde os espectadores se auto-activariam ao entrar em cena para transformar a peça. Em função disso, Boal sugere que no Teatro do Oprimido não há espectadores, mas "espect-actores". Este diálogo é mediado por um "coringa", pessoa que actua como interlocutor entre a peça e a plateia.